Porque a Esquerda fracassou e o que pode fazer para vencer. Por Osame Kinouchi – O Cafezinho

Foto: Lula Marques por Osame Kinouchi Se o placar 367 x 137 não representa um retumbante fracasso das esquerdas capitaneadas pelo PT-PSOL-PCdoB então não é possível definir fracasso no dicionário. …

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A volta da classe do privilégio | Brasil 24/7

“O principal problema brasileiro que atravessa toda nossa história é a monumental desigualdade social que reduz grande parte da população à condição de ralé. Os dados são estarrecedores. Segundo Marcio Pochman e Jessé Souza, do IPEA, são apenas 71 mil pessoas, multibilionários brasileiros, que controlam praticamente nossas riquezas e nossas finanças e através delas o jogo político. Essa classe dos endinheirados, além de perversa socialmente, é extremamente hábil, pois se articula nacional e internacionalmente de tal forma que sempre consegue manobrar o poder de Estado em seu benefício”; a análise é do teólogo Leonardo Boff; segundo ele, “o maior feito atual da classe do privilégio foi “vergar a orientação da política dos governos Lula-Dilma na direção de seus interesses econômicos e sociais, apesar das intenções originais do governo de praticar uma política alternativa”

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“Ele será infernizado”, diz criadora do Festival PIB sobre Mendonça Filho – Brasileiros

Para Inti Queiroz, linguista, filóloga e pesquisadora da USP sobre políticas culturais, o novo ministro da Educação e Cultura também sofrerá represálias em âmbito estadual e municipal

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Pacto de ministro interino da Saúde com entidades médicas ameaça assistência de 45 milhões de brasileiros atendidos pelo Mais Médicos – Viomundo – O que você não vê na mídia

Denuncia o médico Hêider Pinto, ex-coordenador do programa

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Diário do Centro do Mundo O protesto de Cannes é devastador para a imagem do governo Temer. Por Paulo Nogueira

Os golpistas levaram meses para consumar seu crime contra a democracia. Mas poucos dias bastaram para a completa, absoluta, irrevogável desmoralização do golpe. É um marco, neste processo fulminante, o que acaba de ocorrer no festival de cinema de Cannes. A mensagem épica antigolpe que a equipe do filme brasileiro Aquarius correu instantaneamente o Brasil e o mundo nos sites e nas redes sociais. O grupo, no qual estava incluída a estrela do filme, Sônia Braga, posou segurando cartazes em inglês e francês que denunciaram ao planeta o caráter do golpe. Um dos cartazes dizia: “O Brasil não é mais uma democracia”. Vídeos e fotos do protesto de Cannes viralizaram imediatamente nas redes sociais. Dilma, nelas também, agradeceu a solidariedade. O fato é que o golpe perdeu o que se poderia chamar de duelo de narrativas, e isso é o princípio do seu fim. A Globo e a oposição liderada pelo PSDB fracassaram miseravelmente na tentativa de transformar uma quartelada parlamentar e jurídica num ato de “salvação nacional”. Essa narrativa mentirosa, cínica, ridícula foi atropelada pela narrativa real: foi um golpe da plutocracia. Os fatos se impuseram. O domínio das notícias, em 2016, já não pertence às grandes empresas de comunicação. Elas podem muito, mas não o suficientemente para deter a internet. A internet é maior que todas elas juntas. Os brasileiros sabiam muito bem que era um golpe. O que de certa maneira surpreendeu foi a rapidez com que a comunidade internacional também soube. Um papel primordial, aí, coube ao jornalista americano Glenn Greenwald, radicado no Brasil e reconhecidamente um dos mais brilhantes repórteres do mundo. Numa entrevista para a CNN, Greenwald chamou o afastamento pelo que é: golpe. Logo depois, David Miranda, namorado de Greenwald, publicou um artigo no Guardian devastador para os golpistas. Já entrou para a antologia do antijornalismo a resposta que o dono da Globo João Roberto Marinho deu ao Guardian. JRM quis desmentir que era golpe, mas não convenceu ninguém, e ainda levou uma tréplica matadora de Miranda. O confronto de versões entre Greenwald e JRM foi vital para que triunfasse a narrativa real, a do golpe de Estado. Era previsível: quem é mais ouvido e mais respeitado no mundo, Greenwald ou JRM? Logo a seguir outras publicações estrangeiras, entre as quais o NYTimes, considerado o melhor jornal do mundo, reforçaram a tese golpista. Os destruidores da democracia contribuíram para que seus argumentos não florescessem. Cenas da grotesca sessão da Câmara que aprovou o impeachment foram vistas em toda parte. Vistas as coisas em retrospecto, é possível dizer que ali a narrativa da plutocracia estava destinada a sucumbir. A equipe de “notáveis” de Temer foi outro choque de realidade para os observadores internacionais. Homens brancos, velhos e ricos, boa parte dos quais vinculada a denúncias fortes de corrupção – ao contrário de Dilma. Uma mulher honesta afastada por homens desonestos: numa linha, é isso que aconteceu no Brasil. E esta é a narrativa vencedora. O governo Temer é um embaraço de proporções planetárias. Está tecnicamente morto. Não é respeitado nem pelos analfabetos políticos que, manipulados pela mídia plutocrática, vestiam a camisa da CBF e iam para as ruas pedir o fim da corrupção. Sem noção do ridículo, Temer diz que quer pacificar os brasileiros. Ora, isso só vai acontecer quando ele for devidamente enxotado do Planalto.

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Diário do Centro do Mundo A mentira de Temer sobre sua mulher é mais um sinal de um governo fraudulento em qualquer área. Por Kiko Nogueira

O governo do interino é natimorto e o culpado é ele mesmo, o mordomo. Muito se ouviu falar das virtudes de Temer como articulador político. Ao contrário da titular, ele sabia compor, conversar, negociar etc — enfim, tudo aquilo que ela não sabia. Delfim Netto, para ficar num exemplo eloquente, cravou que o interino “é um dos últimos políticos do país capazes de fazer tricô com quatro agulhas”. Para ele, “Temer é treinado e sabe que só o político pode salvar o economista. Assim, poderá fazer alguns ajustes durante dois anos para convencer a sociedade de que o equilíbrio voltará em 3 ou 4 anos. Se aproveitar essa chance e conseguir fazer isso, poderá se transformar em um estadista.” Delfim, como de hábito, estava redondamente enganado. O ex-vice não consegue se proteger de sua própria incompetência. Em menos de uma semana no poder, o ministério — com sete investigados na Lava Jato, sendo que Romero Jucá é réu — bate cabeça enlouquecidamente. Alexandre de Moraes, que levou seu currículo de espancador de estudantes de São Paulo para Brasilia, muito à vontade questionou a lista tríplice para a escolha do cargo de procurador geral da república e jurou que “direitos não são absolutos”. Temer o desautorizou em algumas horas, dizendo em nota que quem escolhe o procurador é ele. Dois dias depois foi o ministro da Saúde, Ricardo Barros, que teve de voltar atrás em suas declarações sobre o desmonte do SUS. Cada derrapada dos ministros vem acompanhada, nas redes, pela folha corrida de cada um: as cacetadas de Moraes nos alunos, as doações de um dono de plano de saúde para Barros. Enquanto isso, Serra, o “gigante bobo” segundo o bom achado de uma deputada venezuelana, tem achaques com os “bolivarianos”. É natural que a mídia estrangeira não considere normal esse horror cotidiano. A quadrilha toda é indefensável e a responsabilidade óbvia é do chefe. O tal “tricô com quatro agulhas” a que Delfim se referiu pode, eventualmente, se aplicar a Marcela Temer, bela, recatada e do lar. Mas nem aí o interino acerta. Em sua entrevista ao Fantástico, ele prometeu que, “se vier a ocupar a presidência, ela virá para desenvolver toda a área social. Vai trabalhar intensamente”. A repórter Sonia Bridi, obsequiosa, pergunta se ela tem formação. “Tem. Ela é advogada, né, e tem muita preocupação com as questões sociais”, garante o velhote. É mentira. Marcela é bacharel, mas nunca advogou na vida. Formou-se em Direito por uma faculdade particular de segunda linha e, segundo ela mesma, não prestou o exame da OAB porque foi cuidar do filho Michelzinho. Na pressa, Temer está dando a ela a função clássica da primeira dama dos anos 50. Rosane Collor, lembre-se, brilhou na LBA. A única área social que preocupa Marcela é, provavelmente, a da entrada de serviço dos empregados de sua casa — um delas, em São Paulo, aliás, não tem tido o IPTU pago. É necessária muita cara de pau para tentar entubar goela abaixo dos brasileiros mais essa cascata. Todo o wishful thinking dos cúmplices e aliados de Temer não será capaz de transformá-lo em algo que ele não é, nunca foi e nunca será. Temer diminui a cada dia e a cada dia em que ele e seus capangas aparecem praticando suas barbaridades cresce a necessidade de novas eleições.

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Um Gorila na diplomacia, um carrasco na Justiça e um charlatão na Saúde | Blog da Cidadania

Não há um só dia, um mísero dia após o fatídico 12 de maio de 2016 em que o país não tenha sido surpreendido por alguma ideia grotesca vomitada por um dos vários gangsteres que compõem a equipe do “presidente” de facto Michel Temer. Mas essas “ideias” vem sendo negadas em seguida pelo titular do bando, tal o nível de imbecilidade que contém. Nesses cinco dias após o golpe, o país sofreu cinco pauladas desse governo golpista e ilegítimo. Confira.

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Uma grande Honduras, uma grande Grécia | Brasil 24/7

Por causa do golpe, o Brasil se converteu, aos olhos do mundo, numa espécie de grande Honduras. Um país sem instituições democráticas sólidas, instável, sujeitos a golpes de todos os tipos. Uma típica e caricata república de bananas”, escreve o sociólogo e especialista em relações internacionais Marcelo Zero; ele critica medidas econômicas do governo do presidente interino, Michel Temer, e comenta as declarações do ministro da Saúde, Ricardo Barros, que citou a Grécia como “caminho que o Brasil deve seguir”; “Além de nos transformar numa grande Honduras, exemplo de desastre político, querem nos transformar também numa grande Grécia, exemplo de desastre social e econômico”, afirma Zero

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Ao contrário do que diz Temer, Marcela não tem registro de advogada | Brasil 24/7

O presidente interino, Michel Temer, citou o fato de a sua mulher, Marcela, ser advogada como justificativa e credencial para trabalhar no governo, caso a presidente Dilma seja afastada em definitivo; “Ela é advogada, né, e tem muita preocupação com as questões sociais”, respondeu Temer ao Fantástico após ser questionado sobre a formação de sua esposa; detalhe: tanto a OAB-SP como conselho federal da entidade em nível nacional informaram que ela não consta nos registros das duas entidades

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Ministério de Jucá pode revelar fragilidade de denúncia contra Dilma, por Robert Max Steffens | GGN

O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão do Governo do Presidente Interino Michel Temer, Romero Jucá, anunciou hoje todo o segundo escalão do ministério. O novo ministério, no entanto, ap

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Sim, rever o tamanho do SUS. Para Maior, Mais Acesso e Mais Qualidade

Sim, rever o tamanho do SUS. Para Maior, Mais Acesso e Mais Qualidade

É alarmante que a direção apontada pelo novo Ministro da Saúde seja de reduzir o SUS e não enfrentar os desafios para a busca do seu fortalecimento.


Alexandre Padilha

José Cruz / Agência Brasil

Fruto da luta democrática e da capacidade de construir consensos institucionais a partir de necessidades simbólicas do nosso povo, o Brasil assumiu um compromisso inédito para um país de mais de 200 milhões com a criação do SUS: estabelece que a Saúde é um Direito de Todos e um dever do Estado.

Ao longo da sua história, esse Direito vem sofrendo ataques sistemáticos. De um lado por interesses privados e corporativos, no seio de um mercado de produtos, tecnologias e serviços gerado pelo esforço de acesso universal a 200 milhões de pessoas. Do outro, por aqueles que não admitem um Estado que garanta direitos e, sim, defendem um Estado que apenas garanta as condições para os interesses de mercado, incluindo aí apenas as politicas compensatórias necessárias para garantir a sobrevivência dos seus consumidores e um ambiente político de estabilidade.

Esta disputa constante ao longo dos seus mais de 25 anos foi repleta de avanços e recuos, mantendo inconclusos seus desafios estruturantes como: um financiamento sustentável compatível com o esforço realizado por outros países com sistemas universais, responsabilidade sanitária dos 3 entes federativos e consolidar um modelo de atenção humanizado em que a medicalização e a hospitalização não sejam a tônica.

No período mais recente, dois baques para a consolidação do SUS foram a retirada da CPMF, imposto que incidia sobre a parcela mais rica do pais e combatia a sonegação, e as tentativas bem sucedidas subsequentes de reduzir os recursos vinculados.


Apesar disso, avançamos no enfrentamento:

1) de interesses de algumas corporações no debate e implementação do Mais Médicos e todas as medidas de fortalecimento da Atenção Básica;

2) de interesses exclusivos do mercado, com a Lei que estabelece regras para incorporacão de medicamentos e tecnologias (criando a Comissão nacional de Incorporação tecnológica no Sus) e no início da implementação do ressarcimento ao SUS pelos planos de Saúde;

3) de interesses pautados pelo obscurantismo com a ampliação de uma rede de atenção Psicosocial não manicomial, com o nome social no cartão SUS, com a lei que obriga os serviços de saúde  a garantirem a atenção integral as mulheres vítimas de violência (profilaxia contra gravidez indesejável, contra DSTs e registro de provas para denúncia à justiça no próprio serviço de saúde )

4) de superação do modelo hospital e médico centrado com a expansao da urgência pré-hospitalar, da atenção domiciliar e dos consultórios na rua, por exemplo.

É alarmante, neste cenário, que a direção apontada pela autoridade máxima do SUS é em reduzí-lo e não enfrentar os desafios para a busca constante do seu fortalecimento. Em um momento em que o país precisa discutir e se mobilizar para reduzir a carga tributária sobre seus trabalhadores e ampliar a participação tributária dos setores mais ricos, dos proprietários de helicópteros, iates e aviões, das grandes heranças, das movimentações financeiras, dos bônus e dividendos não tributados para manter e ampliar o SUS. Um sistema de saúde que, cada vez mais, se depara com o subfinanciamento e os novos custos decorrentes do envelhecimento e da nossa realidade urbana, falar em redução do SUS é um sinal absolutamente contrário aos nosso desafios.

Apesar dos avanços, nossos números não permitem qualquer afirmação no sentido de reduzir o tamanho do SUS . O acesso à saúde ainda é muito desigual. Mesmo com o passo decisivo do Mais Médicos, que garantiu médicos compondo equipes na atenção primária para mais de 60 milhões de habitantes, ainda estamos longe de parâmetros de cobertura similares aos Sistemas universais europeus que nos inspiraram na Europa.

Em 2003, simplesmente inexistiam serviços  na rede pública que ofereciam diagnóstico e tratamento integral de alta complexidade em cardiologia, neurologia e oncologia fora das capitais de mais da metade dos estados da federação do país e na quase totalidade dos estados do Norte e Nordeste, por exemplo. E onde existiam, havia uma profunda concentração relacionada ao mercado privado de saúde.

Iniciamos o caminho para superar esta desigualdadede de acesso com os governo Lula e Dilma. Foram políticas de expansão das redes de urgência e emergência, a criação e  implantação do SAMU, planos nacionais de expansão de cuidados especializados da Saúde integral da mulher, de rede oncológica, unidades do trauma e cardiologia, expansão dos programas de formação de especialistas, mas o país ainda é muito desigual. Por exemplo, o Brasil é dividido em 436 regiões de saúde . Dessas, 103 possuem serviços de atendimento integral  a mulheres com câncer de mama, apenas 15 Unidades federativas têm serviços especializados para todos os procedimentos cirúrgicos de tratamento para coluna e 21 estados têm serviços especializados para todos os tratamentos de cardiologia.  Mais acesso ao SUS é um dos desafios cruciais para reduzir a desigualdade social e regional no Brasil.

Não basta crescer, é necessário crescer junto com os que mais precisam, mais vulneráveis. O envelhecimento populacional; características de populações vulneráveis: como aqueles que vivem em situações rua, aqueles que ocupam os espaços rurais, aqueles cuja atividade profissionais ou modos de viver nas cidades tornam seus horários incompatíveis com o uso regular das unidades, contrastes culturais como a população indígena e imigrantes exigem não apenas um SUS maior, mas mais próximo dos modos diversos de vida dos 200 milhões de brasileiros. O SUS precisa crescer em tamanho e em diversidade .

Um compromisso de um SUS maior e com mais acesso não significa compactuar com o que existe de desperdício, de desvio e de gastos excessivos travestidos de acesso universal. Mas é preciso ficar bem claro que os gastos excessivos não tem qualquer relação com as diretrizes do SUS, pelo contrário, são frutos ou de interesses privados não republicanos ou da persistência de um modelo que supervaloriza a subespecialidade ou a  incorporação tecnológica critica. O combate ao desperdício ou custos excessivos exigem Mais SUS e não Menos SUS.

Na cidade de São Paulo, o esforço do Prefeito Fernando Haddad em reconstruir a Atenção Básica mostrou uma parte deste caminho. Em 2012, de cada 100 consultas na atenção básica, 24 demandavam encaminhamento para especialistas. Em 2015, além de ofertar 1 milhão a mais de consultas na atenção básica,de cada 100 apenas 12 demandaram encaminhamento para especialistas. No Brasil, o enfrentamento feito pelo Minisitério da Saúde em relação a máfia de órteses e próteses revelou que não é entregando ao privado que se reduzirá o desperdício.

Assim como na cobertura da imprensa internacional sobre o golpe, muitas vezes, a luz da vivência de outros países nos fazem valorizar os avanços que conseguimos com muita luta. Na última semana, dois fatos que vivenciei na batalha em buscar mais qualidade para a saúde da cidade de São Paulo evidenciam o quanto não podemos permitir qualquer passo atrás, naquilo que já foi conquistado na busca de um sistema universal. Um deles, durante o lançamento da nossa política de Saúde para população imigrante, as expressões de defesa do SUS de quem já viveu as exclusões de direitos em outros países. O outro, durante a visita de 14 cidades chilenas à nossa rede, cientes das nossas dificuldades, mas espantados de como garantimos um conjunto de atendimentos e procedimentos aparentemente básicos gratuitamente no SUS — algo que só ocorre com pagamento no Chile.

A agenda inicial daqueles que assumiram o governo federal sem voto é exatamente aquela que foi sucessivamente derrotada nas urnas em 2002, 2006, 2010 e 2014. Isto só torna cada vez mais cristalino que a chamada “ponte para o futuro” mais parece um episódio da série daquele blockbuster “De volta para o futuro”, em que a tal máquina do tempo levava seus personagens ao passado, ao invés do futuro. Para enfrentá-la não há nenhuma máquina produzida pela ficção, mas a realidade concreta consolidada ao longo da história: a luta nas ruas, nas redes e nos espaços institucionais, resistência e muita articulação política para ampliarmos a aliança com a sociedade na defesa dos seus direitos seriamente ameaçados. É uma oportunidade única para todos aqueles que se referenciam na esquerda, que defendem o mínimo de desigualdade e o máximo de diversidade que influenciará nas nossas escolhas do presente e nos caminhos do futuro.

Créditos da foto: José Cruz / Agência Brasil

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